sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Cena beatnik

Pra ficar e pra sumir sem dar explicação. 

Rodeado, e sobrou uma dezenas de versos, e quando ela despejou os doces pela mesa, foi de quatro catando cada bala. é sabor doce, sabor, como os olhos de uma gostosa sombra de videira, iluminada e rara porcelana, fiz a esteira e deitou em neles. Madeira, tão bela nos deixou tão cheios de desejos, sumiu entre histórias e papel ali se acumulava. Laminado, de olhos vidrados sem reflexo, ladainha e tudo mais, o sopro silencioso de seu hálito contraste do gargalhar. Que fim.
Que fim terrível eles tinham. Marcado e pesados pelas suas cabeças primaveril, pendente de desejos e acordado por seus fantasmAs. Lidando por acerto de uma pena quase que prisioneira de seus crimes. Que fim terrível eles tinham, voando por todos os cantos espectadores cegos de desejo, fora do eixo como carro desgovernado que não encontra fim no fundo do penhasco.  Que fim terrível, envoltos cegos com a espada da justiça no pescoço, flutuando pensamentos tão desconexos e sóbrios de realidade. O espaço ali, bêbado deles mesmo, declamam poesia e melancolia. A cena se faz branco e preto, e enquanto as vozes não lhes escutam praticam crimes de entrelaço envolto em pensamentos tão absurdos quanto suas vaidade. Que fim que fosse de ser, mas não mais terrível, que a sede de alguma verdade se perdia entre as mesas de alguém que balança sozinho uma cerveja e titubeia não cair de seu banco e nem enfrenta solitário sua vida. E que linda bailarina és, bêbada a dançar copo entre mesas, equilibrada de toda falta de moral, goza pelas dentaduras destas pessoas tão desmerecidas de você. Pele bem boa essa sua, para zombar de histórias, Barcelona, e fuma cigarro surrupiados, iludidos por lábios bandidos tão afetuosos de carinho. Que fim terrível seria. Que depois de horas ainda fosse vazio, e acordar sem vida em cama, morto de todas coisas, sem mensagem de quem. Ainda fosse levantar de cavalo branco e correr mundo, cansado e babando fraco em beira de estrada. Que fim que fosse e já não sei mais, pois todas as gotas de leite se espalham pelo copo e descem lentamente a formar todos os rostos de uma vida. No final, não ficamos mais que achocolatado preso no fundo. Pela sorte de uma colher rasa que nos leve a mais lábios que sorte. Nem sabe. Fim. Que depois de um tanto de risada e gozos cinematográficos a silenciosa de véu cobre cabeça de pensamentos e o lar nada mais é que um lugar para se dormir em paz inexistente. Como morrer faz falta. E depois de verso aqui, Rubem Alvez, melhor amigo, dividiu comigo os drinks possíveis e me beijou em paz para aqui chegar. Como agradecer tanto desespero compartilhado? Não existe, e talvez nem me cabe. Ficou um frio que levantava blusa a dizer que tudo ali estava vivo, e nas quadradas mesas pessoas redondas a se comportar mal, ficavam como pião solitário a girar, e imaginamos seus universos tão sozinhos e desejamos seus amigos. Relacionando mundo e arte, que terrível que fomos. Mesmo longe de que fosse, Paris ou Budapeste, ainda a declamar seus movimentos com o dedo cruel de bêbados não mais poetas que sóbrios. E como foi, pestana fina de olhos que apagam, o cansar de um dia correr como criança feliz, morrer envolto, já tão velha ovelha, oferenda de tudo, que terrível foi. Gozar de tudo isso e não poder ser ali, a pele segura de mão macia, que dorme tranqüila no abraço que és terrível acordar. Não esquecemos nossos pais, me atravessei oceano mil vezes última noite. Orando vidas para que fosse, e ainda me pegando olhando para o nada, acabei aqui, no fim terrível de tudo que podemos construir, sobriedade.