sábado, 28 de maio de 2016
Sem armadura.
Euforia:estado caracterizado por alegria, despreocupação, otimismo e bem-estar físico, mas que não corresponde nem às condições de vida, nem ao estado físico objetivo. Resumo, a beleza de uma bolha de sabão ao ar. os minutos eternos em nossas mentes. O sol transformando o tudo em purpura no horizonte. a passagem de um cometa que morre em nós. Respirações, familiaridades, coisas que se encaixam de forma a nos assustar como se fosse nosso uma precocidade. livre para contar historias,livre para ouvir, livre para criar.
A mesma lua a furar nosso zinco: Talvez você saiba ler essa poesia em mim, ou sei eu em você. talvez, antes de estar apaixonado por você eu estava por mim mesmo, e assim me permitia te amar. Um velhinho conversando: Gosto dela pois ela me ama, ela se ama, e amo que ela me ama,e amo mais que ela se ame. Então continua vida, respeito ao ser, formação, potencia, terra. Terra onde vive os sonhos, e talvez ali, em mil quatrocentos e sessenta e um, palavras,ideias, coisas.
Somos poeira das estrelas: Mistura, na fusão, no respirar, no calor. E também no frio. E era, talvez, como uma colisão de duas coisas, não tão enormes e grandiosas realmente, mas era muitas vezes como dois universos parecidos se encontrassem e trocassem energia entre si, bagagem e informações, e naquele horizonte de ventos, a dança cósmica dos dois a fundir toda a poeira que eram na matéria fértil de suas mentes, a soma-subtração-multiplicação e divisão.
É melhor ser alegre que ser triste: Sou fraco, no seu colo, no seu seio sou mortal, durmo, sonho, febre. Sou cavaleiro sem armadura, poeta sem rima, pintor sem paisagem, artista sem palco. com você estou nós, mistura fina para temperar feijão, degustado pela boca, dividido entre dentes, dilacerado pelas unhas, desidratado pela sede. com você meu peso dobra, minha cabeça pende, meus braços caem, meus pés se perdem. com você tenho tudo de sofrer, de sorrir.
Por uma coisa à toa, uma noitada boa. Um cinema, um botequim: A o único sentido de tudo isso, é quem meio a fantasia toda de nossa historia, tão real e nossa, meu endereço ainda é onde você esta.
sábado, 21 de maio de 2016
Pague com beijo. Uma dose. (Editado 1)
Em um frio de quinze graus. O fim do café e o cristalizar do
açúcar. A noite que somente um poderia ver chegar. Luzes amarelas passam pelas
grandes janelas, gotas rápidas de chuva que somem pela cidade, uma menina
esquece o guarda chuva, ou assim, e o volta para pegar. Um casal se beija de
forma a guardar um segredo, além de seus desejos, pessoas sem rostos conversam
sem nomes, rostos sem pessoas ficam mudos a tela do celular. Uma pessoa no mesmo
lugar, por tanto tempo. Uma recepção morta e fria, como as paredes isoladas de
um antigo casarão, fabrica, os pássaros procuram refugio, galinhas de um metro
e meio, sentadas em janelas. Fria, branca, pedra, barro, concreto, aço. Antes
rosa. Em algum calor, de nós mesmo, em algum lugar dos mármores bem alinhados. Víscera
exposta, carvão, nos dedos, pressagio, cinza, politica, historias, charlatão,
magico, palavras, adolescente vaidoso, vozes, dentes, parelho, maquiagem, duas línguas,
te distrai. O açúcar vira melado, o açucareiro ganha uma saia, fantasia,
fantasma. Ônibus passando por debaixo dos pés. Ar condicionado, seu ar condicionado
a minha respiração, minha pulsação, ao meu desejo, aos meus sonhos, ao meu
despertar, minha derrota, minhas historias. Seu ar é meu ar, seu ar não tem condomínio,
como parada inútil em trilho sem passageiro, trem.
- Vamos sentar com eles? Ele olha para os pulsos, mão, dedos,
olha para as janelas enormes, a luz amarela dos postes saindo por de trás, o
mural colorido, olha para os enormes olhos negros dela. - Não. Melhor, não. Ela
foge olhos, como a se a lamentar por dois segundos. Ele volta, desta vez ele
muda de ideia, sem aquele peso de que estava ali existindo alguma coisa o
incomodando.
- Faremos, assim. Então ele avança sobre a mesa e com aquela
expressão infantil começa explicar um plano, um parcial plano por superficial
que fosse, onde fosse, os levaria a dois lugares ou mais. – Vou até eles, me
apresentarei, e assim mesmo também vou te apresentar, vou dar uma cena, esta
cena esta na minha cabeça, e nada mais, você, bom, acredito que ao final da
terceira frase minha você já vai entender suas ações, você gostaria de fazer
teatro, certo? Então vamos improvisar um bocado, começo e depois você só leva.
Ela olha para ele meio receosa, deixa escapar um pequeno
sorriso, mas concorda com um brilho nos olhos com a ideia. Então ele não
esperando muito das ações dela coloca em pratica sua parte. Salta de sua
cadeira e vira para grupo sentado próximo e se apresenta.
- Olá senhores, me nome é Eduardo, e aquela é minha amiga
Ester, desculpe estar importunando a conversa de vocês, mas gostaria de saber
se podemos nos juntar a vocês nestes últimos minutos que estaremos por aqui.
Uma das meninas do grupo da uma resposta positiva e olha para os demais que se
olham ao mesmo tempo enquanto procuram lugares entre as mesas onde os dois
poderiam sentar. Com o comum acordo de todos eles se sentam, Eduardo senta
entre dois garotos, e Ester fica entre uma garota e um rapaz.
- Bom, desculpe-me agora que já fiz toda essa quebra social,
sobre que falavam?
Duas horas depois no cinema. Seria legal poder dormir ao seu lado,
ou talvez acordar de um sono quente e saber que sua pele esta por ali, próximo
a algum abraço meu. Queremos tantas coisas não é? Parecemos crianças em uma
enorme loja de brinquedos chamada vida. Talvez tudo que fosse desejar hoje era
ficar em silencio ao seu lado. Ver quem sabe, toda a trilogia de Roy Anderson, Canções
do Segundo Andar, Vocês, os Vivos e lembrar que foi aqui, onde comecei a ver Um
Pombo Pousou num Galho Refletindo sobre a Existência. Dormir talvez, ou esperar
que você fosse me preocupar com alguma coisa que deixou pra trás, ou não.
- Então como falava senhoras e senhores, conheci Ester hoje
mais cedo, estava hoje na livraria do shopping e enquanto tentava surrupiar
algum livro ela chegou a mim me perguntando como se falava Camis, Proust, não,
isso era uma cerveja, mas ai não teria
“u”, bono, assim que meus olhos bateram nela fiquei enamorado pela sua
beleza. Todos riram, ela tenta começar uma frase, fazer piada, mas ele levanta
voz e continua. – Então essa bela senhorita de boa fé com meu espirito me fez
uma proposta e tenho que antes das vinte duas horas impressionar ela, que além da
pronuncia errada que ensinei a ela, posso lhe fazer alguma alegria, do
contrário ela ira para casa sem me dar ou deixar, telefone ou contato. La-men-tá-vel,
não?
Bateu-me um raio de realidade. E talvez isso tenha me
deixado de mau humor, o dia todo, até, sei lá. Vou ficar muito triste quando
você não mais estiver, ou quando não mais eu puder estar. Esse meu pedaço, meus
quarenta porcento egoísmo ao ser. Então me fica alguma inveja dos que podem te
ter mais, da sorte ou razão ou destino, acaso, sorte. Então olho essa sala
enorme e vazia de cinema, e de como minha vida com você parece tanto isso,
existe tantos lugares para se ficar próximo de você, não sou nem o dono do
cinema, mas que talvez, por uma seção ou duas, bom, eu posso estar ali, sentado
ao seu lado, e que isso me tira todas as partes chatas de sua vida, mas que
isso me deixa sempre, a um bilhete e uma fila, de esperar a próxima vez para
por ali estar. Que falta de compromisso, e aceitar isso me parece tão diminuto
algumas vezes. Mas é o cheiro raro da felicidade, ao menos podemos ter alguma
certeza com nós. E esta nunca vai ser por conveniência.
- Não, ele não esta se saindo nada bem. Ele faz péssimas
piadas, e conta historias que lhe dão uma inclinação social suspeita. Ele é
charmoso, mas isso, bom qualquer um em silencio pode ser.
Nem fome nem frio, talvez a única coisa que fosses mesmo
precisar era algum lugar para ficar com cérebro fervendo, ou com olhos fechados
sonhando. Um dos melhores dias, foi aqui, e tinha sua mão, e parte de algum
silencio, que era meu, era seu.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Cozinhando.
Tudo esta relacionado. Universo e nós. Somos isso, somos tudo. "Não ha nada de errado - Pensou"
Talvez, buscando harmonia em algum lugar da cozinha,
enquanto corto uma cebola ou duas, aqueço o óleo enquanto olho os tomates
frescos sobre a mesa. Busco uma faca normal, casual, cabo preto, banco,
madeira, osso, plástico.
Então choro, pois cebolas fazem isso com nós, elas que nos
ajudam a dar tempero a vida, nos devolvem com lagrimas e sabor, o que o corte
nos tirou. Cheiro. Então o óleo aquece, e as cebolas vão, o fogo que é baixo
queima, o alho já picado, e tudo dança na panela, a espátula meche, então chega
os tomates, frescos e vermelhos, e a tantas maneira de se tomar eles, alérgicos
a sua casca, mas aqui, hoje, não, não abri mão das irritações, quero sabor,
então, corto, faca de serra, faca lisa, faca com cabo em L, faca, que corta e
separa, contra a madeira, e tudo vai, e chega o pimentão, verde, reluzente, e também
existe tantas maneira de se acrescentar ele, mas ele fica de lado, cheiro e sabor,
forte, marca, deixa, respira.
A cebola doura, o
alho já começa a ficar amargo, colocar os files, frango, bovino, suíno, sua
escolha, a de quem for, existe sabor a
todo amor, então você sela a carne, dourada superfície, que poderia usar
manteiga ou oliva, a temperatura certa, para não perder sabor ou propriedade, é
mais difícil, então continua.
Sela um, dois, três ou quatro. A cebola se mistura aos
files, uma pitada de sal, um beliscão de sal sobre a carne. Vai tomate, quatro
colheres de agua, espera, olha o arroz, pega agua, lava o arroz, escorre arroz,
alho na panela, aquece, oliva, lembrei, alho dourado, vai arroz, mistura, joga
sal, meia colher de sopa para três xicaras de chá de arroz, mistura, tudo, vai
se misturando, os files começam a cheirar, coloca o pimentão, aumenta o fogo,
coloca agua quente no arroz até cobrir ele, mistura, nivela a panela, fogo meio
alto, coloca tampa. Volta para carne, maionese ou creme de leite? Creme de leite,
uma caixa inteira, mistura, depois que o pimentão começar a murchar. Com maionese,
mesma coisa, duas ou três colheres, agua para ficar homogênea. Homogênea,
nenhuma receita é igual a outra, nem como fazemos pode ser o mesmo.
Acontece que para cada coisa que nos acontece, o sabor e a
mistura é diferente. Não que as demais coisas nos percam o sabor, mas assim que
como podemos ter nosso prato preferido, algumas vezes nos cansamos do mesmo e
vamos a algo novo, não tão longe do familiar nem tão próximo do exótico, o
cheiro e sabor de cada um ao que sabe é cada. Não há realmente como traçar um
porquê, e nem deve ser.
Transformar. Para quando as coisas nos enchem, e mesmo não
sendo poucas, um gosto diferente passa em nossas bocas, ouvidos, e a tudo isso
nos encanta. Como pode alguém amar uma tradicional torta de limão? Que pode
tanto ser a criação de um cozinheiro de navio, quanto a receita casual de
alguma esposa de pescador. Fica a duvida da criação, mas fica a certeza do
paladar, que busca a proporção áurea de nossa vida como um canto. O cantar de
sua amada ao ouvido, as emoções tenras que ela passa em sua voz, o tocar, o
sentir. A vida e cheias destes ingredientes secretos, que se misturam, se
harmonizam, cheia dos ingredientes quem sua hora e sabor de chegar. Cheia das
coisas visíveis e audíveis. Encontrar a sensação de novo no algo que já
conhecemos, e descobri que velhas paisagem estavam por lá a envelhecer sozinhas.
Dar essa tempestade, cheia de sons e sabores, e deixar que essa panela asse
seus temperos, sele sua carne, para que deguste de seu sabor, para prove até
que se morda a língua de prazer. A que tudo isso, o rito cósmico esta de
escutar o canto de seu amor, nesta busca pela sua proporção áurea de sua vida,
ate que tudo esteja pronto, para sentar e servir. Sempre.
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