terça-feira, 7 de junho de 2016

A metade escura do azul.


Burnman sacudia pela cidade, ele e seus cigarros de fumaça azul, por todo o pedaço cinza e poeirento de lá ou de cá.

Burnman e seu esqueleto alto, seu casaco negro e sapatos marrom, subindo calçadas e atravessando onde não tinha sinal.

Burnman de expressão cinza para climas nublados, de olhos vivos para algum raio de sol, ainda noite delirava por alguma estrela de brilho só.

Burnman que teve que se reinventar entre girassóis musicais, que dançavam com os astros, atrás de toda a lama espacial que espalhava pela sala.

Burnman apreciador de cheiros doces, de peles frias, de hálitos quentes e dentes ferozes, perdia seus pedaços por cantos juvenis de uma doce historia.

Burnman de um só coração, partido em mil pedaços e recolhido por fraca miopia, fragmentos por todo o lugar.

Do surreal, do absurdo; confusão entre o real e a ficção, estado hipotético de penumbra, de danação absoluta e de submissão ao imaginário. Crise de identidade entre o mundo e o indivíduo. Estávamos chegando próximo do inicio, como se fosse nos dizer algo, era mais visível e divisível que chegar. Era perceber.

KafkiAno, o pensar das coisas que se movem por uma terra e ter de tudo que se pode ser, absorve almas e as coloca no bolso direito de seu casaco marrom, leva consigo como se fosse uma lenda, uma fantasia, sonho, delírio, enquanto os lobos uivavam por montanhas solitárias, no frio de um inverno chuvoso, se fez entender como se em um chamado de socorro era reciclável.
AnsioSa no fantasiar, a sede de sua água secar rios e lagos, e como um cortar de estrela no céu escuro do campo mais árido e frio do sul das Américas, o pampa vazio recebe essa luz com braços acolhedores por todos os choros de lagrimas não derramados e sorrisos demostrados ela estava por todo o lugar. No mesmo dos contos sexuais de uma juventude como nossa, era sua.
OraÇão dos amantes mais quentes, febre de enfermos do algo mais. Navegando como um barco sem desestruturado de destino, tomado por aventura de lábios quentes, de mãos macias, de pernas tomadas por destino, paixão e sorte. O gosto forte não nos deixa e nos apaixona o paladar.
NatureZa fantástica de pensamentos e desejos. Perdura no ar como um denso ar saboroso de se respirar, quando as pernas se trocam pelas cansadas e as risadas tomam ar de gargalhadas, seus olhos brilhando e corpo tomando de fogo. Você me é onze horas de um dia, a paixão de uma chuva fresca no verão, e tomada de um cobertor quente no inverno.
ImpulsiVo de natureza, tomei de mim alguma gota de seus suor, em minha vida derretia sua pele como açúcar, a salgar minha língua e adoçar minha memoria, você não me tirava o sabor, que em meio a tantas vozes em meus ouvidos, era como se pudesse sentir seu coração a bater sozinho neste peito que tanto mora meu estar.

Burnman das mil meias brancas, de pares coloridos, da voz rouca, da voz baixa, da falta de comando, do excesso de acolher, dos absurdos de ouvir.

Burnman dos olhos que perguntam, dos ouvidos que escutam. Das vozes que se calam e das historias que não respiram.

Burnman dos livros tomados, das vidas perdidas, das paixões e das curiosidades. Das historias malucas e sem fim, das conclusões e reticencias.

Burnman das fugas, dos desaparecer, das horas e horas que faltam sempre, e do algo mais que fica sempre a alguma esquina de tirar nossas vidas.

Burnman dos lugares que nunca vamos a planejado, das perguntas inconvenientes, inocentes e dos sorrisos de uma Carmen qualquer.

Imagem retirada do filme de Wes Anderson, Moonrise Kingdom

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