segunda-feira, 9 de maio de 2016

Cozinhando.


Tudo esta relacionado. Universo e nós. Somos isso, somos tudo. "Não ha nada de errado - Pensou"

Talvez, buscando harmonia em algum lugar da cozinha, enquanto corto uma cebola ou duas, aqueço o óleo enquanto olho os tomates frescos sobre a mesa. Busco uma faca normal, casual, cabo preto, banco, madeira, osso, plástico.
Então choro, pois cebolas fazem isso com nós, elas que nos ajudam a dar tempero a vida, nos devolvem com lagrimas e sabor, o que o corte nos tirou. Cheiro. Então o óleo aquece, e as cebolas vão, o fogo que é baixo queima, o alho já picado, e tudo dança na panela, a espátula meche, então chega os tomates, frescos e vermelhos, e a tantas maneira de se tomar eles, alérgicos a sua casca, mas aqui, hoje, não, não abri mão das irritações, quero sabor, então, corto, faca de serra, faca lisa, faca com cabo em L, faca, que corta e separa, contra a madeira, e tudo vai, e chega o pimentão, verde, reluzente, e também existe tantas maneira de se acrescentar ele, mas ele fica de lado, cheiro e sabor, forte, marca, deixa, respira.
 A cebola doura, o alho já começa a ficar amargo, colocar os files, frango, bovino, suíno, sua escolha, a de quem for,  existe sabor a todo amor, então você sela a carne, dourada superfície, que poderia usar manteiga ou oliva, a temperatura certa, para não perder sabor ou propriedade, é mais difícil, então continua.
Sela um, dois, três ou quatro. A cebola se mistura aos files, uma pitada de sal, um beliscão de sal sobre a carne. Vai tomate, quatro colheres de agua, espera, olha o arroz, pega agua, lava o arroz, escorre arroz, alho na panela, aquece, oliva, lembrei, alho dourado, vai arroz, mistura, joga sal, meia colher de sopa para três xicaras de chá de arroz, mistura, tudo, vai se misturando, os files começam a cheirar, coloca o pimentão, aumenta o fogo, coloca agua quente no arroz até cobrir ele, mistura, nivela a panela, fogo meio alto, coloca tampa. Volta para carne, maionese ou creme de leite? Creme de leite, uma caixa inteira, mistura, depois que o pimentão começar a murchar. Com maionese, mesma coisa, duas ou três colheres, agua para ficar homogênea. Homogênea, nenhuma receita é igual a outra, nem como fazemos pode ser o mesmo.
Acontece que para cada coisa que nos acontece, o sabor e a mistura é diferente. Não que as demais coisas nos percam o sabor, mas assim que como podemos ter nosso prato preferido, algumas vezes nos cansamos do mesmo e vamos a algo novo, não tão longe do familiar nem tão próximo do exótico, o cheiro e sabor de cada um ao que sabe é cada. Não há realmente como traçar um porquê, e nem deve ser.

Transformar. Para quando as coisas nos enchem, e mesmo não sendo poucas, um gosto diferente passa em nossas bocas, ouvidos, e a tudo isso nos encanta. Como pode alguém amar uma tradicional torta de limão? Que pode tanto ser a criação de um cozinheiro de navio, quanto a receita casual de alguma esposa de pescador. Fica a duvida da criação, mas fica a certeza do paladar, que busca a proporção áurea de nossa vida como um canto. O cantar de sua amada ao ouvido, as emoções tenras que ela passa em sua voz, o tocar, o sentir. A vida e cheias destes ingredientes secretos, que se misturam, se harmonizam, cheia dos ingredientes quem sua hora e sabor de chegar. Cheia das coisas visíveis e audíveis. Encontrar a sensação de novo no algo que já conhecemos, e descobri que velhas paisagem estavam por lá a envelhecer sozinhas. Dar essa tempestade, cheia de sons e sabores, e deixar que essa panela asse seus temperos, sele sua carne, para que deguste de seu sabor, para prove até que se morda a língua de prazer. A que tudo isso, o rito cósmico esta de escutar o canto de seu amor, nesta busca pela sua proporção áurea de sua vida, ate que tudo esteja pronto, para sentar e servir. Sempre.

Nenhum comentário: